SONETO DE UMA RECUSA SENTIDA

 

Venha se perder nesse turbilhão.
Não se esqueça de fazer
Tudo o que pedir esse seu coração.

Toquinho / Lupicínio Rodrigues

 

VARIANTE I:

 

Perdão Vinícius, Toquinho, Lupicínio…
Mas, não posso me perder no turbilhão
Do Amor; e nem escutar meu coração
Nem viver essa paixão com tirocínio.

 

Triste de mim. A voz que ouço - o raciocínio -
Diz-me: Entoa, infeliz poeta, a canção
Enfeitiçada e transformada em vulcão
Que roubaste ao Poesia num escrutínio.

 

Entoa!... Ela será tua companheira
Nos bares da vida; e será a saideira,
A que te traga, todavia, a alvorada!

 

Canta, ébrio de luz... (de)lírios... nostalgia...
O puro néctar da mais pura poesia:
O sublime amor da eterna Namorada!

 

VARIANTE II:

 

Perdão Vinícius, Toquinho, Marcilene…
Mas não posso me perder no turbilhão
Do Amor; e nem ouvir o meu coração
E nem viver essa paixão que é perene!

 

Triste de mim. A voz que ouço é a da sirene
De Odisseu a entoar uma canção
Enfeitiçada, e transformada em vulcão
Que me leva à doce Fonte de Hipocrene

 

Onde, ébrio, posso sorver com nostalgia
O puro néctar da mais pura poesia
E me enredar numa falsa liberdade!

 

Uma vez mais peço perdão aos meus queridos
Poetas e Musa; e qu' esses versos sentidos
Nosso amor celebrem pela Eternidade!

 

Portel, Pará, Brasil, 28 de abril de 2010.
Composto por Pedro Paulo Barreto de Lima.
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