Fototropismo
Na fria escuridão da madrugada,
Voava um doce inseto em turbilhão.
Subia em direção à luz amada,
Tocava a face alada, e vinha ao chão.
Estava uma das asas machucada,
Porém só escutava o coração.
Nem quando foi calcado na calçada,
Pensou abandonar a vã missão.
Ó musa que meus versos repudia,
Detenha seu enjoo tão correto,
Entenda que sou eu o tal inseto,
E a luz que obscurece é toda sua;
Pois quando estou sem sua companhia,
Confundo o seu luar com o da lua.