Perfume Esquecido
No enrugado rosto do velho errante,
Caminhos tortos trazem marcas profundas,
Em sua trajetória, histórias fecundas,
De amores efêmeros, vida vibrante.
Mulheres tivera, várias na verdade,
Filhos nascidos sem responsabilidade,
Deixou vazios, sem laços de amor ou piedade,
Em cada um, um coração sem igualdade.
Abandonou os lares, sem olhar pra trás,
Esposas perdidas, filhos sem pai,
A vida lhe cobrou o preço, jamais refeito.
Nas ruas da cidade, vendendo sorvete,
O povo lamuria, com voz que o silêncio traí,
"Coitadinho!" dizem, mas a culpa tira sua paz.