Dálias
Plantei flor enfileiradas, dálias vermelho e amarelo
Como guerreiras, pareciam-me vigiar todo terreiro
Criança no tamanho do seu meio, olhava pra cima extasiado
Temendo sua tropa viril, Como velho general assustado
As flores pereceram, sua arrogante imponência sumiu
Más hoje ainda trago saudade, daquela fileira colorida
Que no amanhecer, o sol emprestava um dourado
E que o frio impregnou minha alma, de bela resistência
Fileira de flores sumidas, inertes ainda tem vida
Em versos singelos, em um transcendente lembrar
Tão infantil e sem pretensões, dálias de dourado vermelho
Estas que um dia me ensinou, "o que plantamos colhemos"
Porém as deixei no quintal esquecida, até que morreram
Para casa, para o quintal, más não para mim, que aprendi.