O enforcado
Pendia para um lado – para o outro lado –
O peso de seu corpo mal o sustentava –
Em repulsiva rotação rodopiava
A silhueta soturna de um enforcado.
E eu ali, profundamente fascinado,
À sua monótona dança estudava;
Nem um movimento mínimo escapava
Ao meu olhar – morbidamente interessado,
Cria que do mistério que é viver
Alguma coisa poderia me ensinar,
Ou até do MAIOR mistério que é MORRER –
No entanto, zombando de mim com seu olhar
Fixo, intrincado, nada me quis dizer,
Estranho – mas tão LEVE…! – bailando no ar.