Correntes Invisíveis

No mundo onde a vergonha prende a alma,

O desejo homossexual se recolhe,

Lamenta-se, em segredo, a dor que engole,

Sem poder expressar-se, enfim, sem calma.

Medo do preconceito, feridas na palma,

À sociedade triste ele se avolve,

E o coração, outrora ardente, resolve

Esconder-se em silêncio, sem alarde na sauna.

Mas quanta tristeza, quanta amargura,

No peito que sufoca o amor que arde,

Na alma, que se nega, se censura!

Ah, que sociedade cega e covarde,

Que impede a liberdade, a compreensão,

E tolhe o brilho do amor, da emoção!