1985

Açudes sangrando, volume no rio

E o povo num alarde de reza bastante.

O nível da água já é transbordante

Se espalha adentrando por todo baixio.

À noite o trovão refazendo assovio

Dum raio cortando a cortina durante

A queda que faz lá do espaço, num instante

Derrapa, se estala, estremece sem brio.

O povo que mora bem perto do flume

Não dorme de noite, se faz vaga-lume:

Procura num canto mais alto ficar.

As águas de tromba descendo na cheia,

"Relâmpo" nas nuvens se abre e clareia

A via que as ondas têm senda a vagar.

Baixa Grande, 26/03/2020.

Luiz Izidorio
Enviado por Luiz Izidorio em 08/01/2024
Código do texto: T7972032
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