Grito Sufocado

No torvelinho amargo desses dias tristonhos,

Ressoam vozes calmas, quase que invisíveis,

Juventude negra, herdeira de fardos tão terríveis,

Que enfrenta a morte e discriminação, sem sonhos.

Brasil de tantas cores, estampado em matizes,

Mas eis que a negritude ainda sofre duramente,

É na pele escura que se vê mais fortemente,

A marcação ostensiva, olhares e cicatrizes.

Nas estatísticas frias do destino, cruel sina,

As estatísticas frias insistem em teu nome,

Como se a vida não pulsasse em raro gênio.

Porém, a juventude negra é força que fascina,

Resiliente, insurgente qual vento que não some,

Luta pela equidade, por justiça e remédio.