Isabela
Um anjo cabisbaixo, certo dia,
Pousou nas grades pretas da janela
Do quarto singular em que eu dormia,
Contente por estar com Isabela...
Às vezes, o anjo triste me dizia:
"O mundo é doloroso, a morte é bela...
Ninguém merece a tua companhia,
Nem essa mulherzinha e nem aquela!..."
De tanto ouvir aquele ser sofrido,
Tornei-me, lentamente, convencido
Que nada tem, na vida, solução...
Fiquei, então, sozinho no passado,
Ouvindo só o choro acabrunhado
De um anjo que se chama Depressão...