Soneto de impróprias sanhas
Meu coração, ensimesmado, faz segredo
Do que anda corroendo suas entranhas…
Há quem pense que são coisas bem estranhas
Mas é ele quem desvenda o próprio enredo.
E, se por isso, agora se impõe novo degredo,
Cerra a porta para conter impróprias sanhas,
Há quem julgue que está fazendo “manhas”,
Mas só ele sabe o que lhe causa medo…
Que o sofrimento que emudece o meu aedo
Não o encarcere eternamente no lajedo
Que sustém a depressão entre as montanhas
Nem o impeça de acordar-me sempre cedo,
Ao som da cítara que me toca, seu brinquedo,
E instigar-me a perseguir tudo que sonhas…
Adriribeiro/@adri.poesias