Existo-me!
Existo-me em mim somente,
como aquele tranquilo pente.
Penso muito e nada resolvo,
nem tampouco algo revolvo.
Eu pairo. Nisso, sei, não caibo,
nem se de mim me desfizesse
a ponto de ser menos de laivo
largado na colheita da messe.
Ah, preguiça de juntar cacos
do nada, do vazio existencial
varridos com pontas de tacos.
A vida dependurada no varal,
em meio aos velhos casacos,
baila ao vento, o meu original.