O homem do saco
Captura meu olho em meio à multidão
O personagem dalgum drama singular:
Um homem passa, lentamente, a arrastar
Um enorme, pesado saco pelo chão.
Zanzava, porém, cá e lá, sem direção –
Quase como se o que lhe vinha a importar
Era o peso do que devia carregar,
Não (se é que alguma havia) sua destinação.
Entre a multidão seu caminho desbravava –
Estranhamente, porém, ninguém percebia
O homem ou o peso ao qual carregava –
Mas, ainda assim, com seu fardo seguia.
Um sorriso em seus lábios se desenhava
Enquanto no horizonte desaparecia.