Soneto 387
Desperta esse coração que dorme e vive então!
A essência do perdão que buscas é fogo: amor.
Vitorioso serás; se tua alma descansar na vida
Eu era menino, hoje sou homem: amanhã, sal...
De tudo que o teu espírito anseia: queres o mar
A profundidade de um oceano sem mais pranto
É impossível tal loucura existir: lágrimas ardem
Um arder de solidão, desejo. Deleite sacrifício.
Meu caminho é espinhento, brota dos fascínios
A mesma fantasia de uma história pouco vivida
Eu era brasa, hoje sou cinza: amanhã, um farol.
Sou espírito, alma, corpo: sou ar, vontade, regra
Tudo em mim procura a felicidade: um abraço.
Que este coração chora?! Chorarias com vigor:
A vigorosa performance do assassinar intento:
Desperta teu cerne ao fogo; a vida é véia e rins.