SONETO O POETA E O PESCADOR

Eu, como o pescador e o poeta, oscilo

Entre um anzol e o lápis cuja ponta

Atormenta o papel e o rio tranquilo

À procura de paz oculta e pronta

Pois pescador e poeta têm estilo

De vida de paciência que confronta

A natureza trágica daquilo

Que já tende a ser de faz de conta

Quando só usam a linha solta como isca

Num dia de solidão ou dia de pesca

Com mão sutil e rápida igual faísca

Porque pessoas e peixes cada um pesca

Na perda da razão de quem se arrisca

Cujas águas e ideias a alma refresca

Airton Memória
Enviado por Airton Memória em 01/01/2024
Reeditado em 01/01/2024
Código do texto: T7966737
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