A moça que ria
Falava-te de amor, e assim tu rias
Desdenhosa, soberba, tão altiva
Do riso contagiante eras cativa
E nem bem disfarçar tu o sabias;
Virando o teu rosto tu sorrias
E ficavas vermelha e tão furtiva
Dos meus amores foste sempre esquiva
E aos meus apelos não sempre dizias;
Depois de tantos anos, já velhinha
Te encontrei novamente... em voz sumida
Tu me disseste “escute a história minha...”
Minha alegria foi toda esquecida!
Eu ri um pouco quando fui mocinha
... e então chorei por quase toda a vida!