Soneto de Oliva
Eis que o fogo me consome a vida em pranto.
Sou essa vida vagante; fantasma em angústia!
Tudo foi lindo, o amor, bem sei: provei ao mel.
O tempo passa, e, jamais, um sonhar si refaz.
Um arfante sentimento? Ou loucura tão boa...
Fui um perdido em paixões, caí, e, tudo mágoa.
Eu, eu, eu... Maldito ego, maldita ilusão sagaz.
Roubado estou; no desejo perdido, se serei, ais.
Ilusão do menino bobo, tanto quer ser amado...
Divertido foi dançar com a felicidade no ballet.
O choro mais triste: é saber que nunca, jamais:
A mesma brasa sentirei... Se amar, eu morrerei.
Meu único destino é caminhar rápido... Em paz,
Os românticos quando feridos: morrem cedo...
Razão, coração tão um lobo que uiva silente, e,
Meu Deus, se eu pudesse ser uma ventania, e...
Eu voltaria para a terra das minhas ninfas azuis
Um coito eu teria sempre: com ela, moça Gaya.