A MEDIDA EXATA...
Eu nunca vi o ódio crescer e valer a pena...
Cegando os lábios, pondo nos olhos a venda,
Apenas nos traz o ópio ao perdermos a senda,
Traduz o corpo em espólio e nada que ascenda.
Se assim, deste castigo óbvio, também entendas,
Procure deste triste colóquio a saída ou a fenda,
Posto que imbróglios são de vidas não serenas,
Castigando inglório o coração que não aprenda.
Se me deixou quem eu queria, se foi e mais nada,
Vida que segue, me encontrei noutra estrada,
Sarei do veneno e recobrei o tempo perdido.
Se deixei quem me queria, peço a medida exata,
Que se feche o ciclo em poucas páginas viradas,
Que acalente os corações dos amores perdidos.