Nu

Com trajes que fazem o corpo belo

adorno na silhueta prosaica,

posando-me ao vácuo tão etéreo

sinto a nudeza d'alma que desmaia.

No chão, o nada acalenta este meu ego,

arrasta-se o desespero da laia:

narcisismo nas marcas de esmero,

dor nestas cicatrizes que entalha.

Surgimos pelados por natureza,

sem roupagens e estéticas tão vis,

a distinção no tempo que vivera

dizia-se sobre Deus e o amor feliz;

roupas de essência fúlgida e harmônica,

hoje a roupa correta é a errônea. 

  

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 28/12/2023
Código do texto: T7964067
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