SEM REMORSO

Do pouco que resta em ti, sinceridade,

foi bom que tenhas dito : Nunca mais!

De mim sempre ouviste a bem verdade,

por isso agora não te iludirás jamais.

Também não me tirarás a mocidade,

se me enganaste, já ficou pra trás...

Tuas amarras, como um navio no cais

eu suportei; tens nas mãos a liberdade.

Quebraremos hoje finalmente as cadeias,

meus desejos que eram tua senzala;

apagar-se-á a luz dessa candeia.

Vamos acenar sem remorso nosso lenço,

desfazer em outro quarto nossa mala,

esperar queimar a vida como incenso.

Chaplin
Enviado por Chaplin em 29/12/2007
Código do texto: T796287