Carniça Social
Transformamo-nos em urubus sociais.
Necessitamos de nos alimentar da vida alheia.
Comemos podridão em todos os canais.
Quem se junta com porcos, farelos come na ceia.
Antropofagia cultural fora da nossa teia.
Uma classe dita a cultura para todos os demais.
Apoderou-se daquilo que outrora chamou de feia.
O negro e o índio voltam a ser produtos no cais.
Dia e noite navegando para um sombrio destino,
Afastando-se da escola, da razão e comprou opinião.
Desperdiçam o tempo: jovens, adultos e o menino.
Todos conectados, porém sem direção.
Milhões em Las Vegas, na palma da mão o cassino.
Todos comendo carniça social, caindo no golpe, fascinação.