A VÉSPERA DA PARTIDA
Do poema o poeta não é dono
- É um filho que se cria para o mundo -
E o poeta já sabe que no fundo
Precisa deixá-lo partir...mas como?
Durante a gestação perdi o sono
Com esse novo ser sempre inconcluso
E a partida agora me faz confuso
Já que ele finalmente estava pronto.
É como o cozinheiro que tempera
Com esmero o seu prato genial,
Mas por saboreá-lo um outro espera.
Então segue, filho, o caminho ideal
Venha me ver em toda primavera
Até que eu volte ao poeta eternal.