Que continues a viver na beleza da flor, da rosa...

É o desejo, o sonho meu, em todo universo e tempo.

E que eu viva em tuas águas, na folhagem da árvore

Ou no poema que, embevecido, sopras ao vento.

 

Que nossos nomes se emaranhem, se arrolem,

No som esvoaçante, como, da nova, a canção.

Que ecoem no belo trinado dos pássaros...

Nas brandas manhãs e doces tardes do verão...

 

E que nosso amor viva sempre no murmúrio do riso,

Nas nossas gargalhadas que, ainda, ecoam no ar.

Que esteja nas luzes que dançam com a face da flor

e tenha sempre em nosso coração, seu refúgio, seu lar.

 

Que seja o amor sem lágrimas, como diz Otero, o Poeta,

Mas que orvalhe consolo, na tristeza, choro, dor ou lamento...

De cada flor, seja um raio de luz, o caule, a folha, raiz ou a pétala.

A seiva da paz, o riso da criança, o poema de amor ao vento.