O canto do sabiá

Toda a tarde o sabiá cantou,

Sibilou, sufocou, clamou enlouquecido!

O canto do sabiá havia adoecido.

Tu que, cantastes tão bem em tempos de outrora, cansou.

Tu que, fazias a cabeça dos apaixonados, desatou

Que se deixou abraçar a Dor, calmamente...

Talvez sejas a alma, a alma carente,

De alguém que quis amar e nunca amou.

Toda a noite lamentaste... e eu lamentei

Talvez porque, ao ouvir-te, me lembrei

Que ninguém vive uma tristeza maior que a nossa.

Fala-te tanto a tarde calma,

Que eu pensei que eras tu, a minha alma,

Que cantastes perdido em tua voz!

Alexandre Toledo
Enviado por Alexandre Toledo em 17/12/2023
Código do texto: T7955823
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