POVO SOFRIDO
Dói-me as mazelas deste renhido povo...
Gente forte, sobre o solo árido se vão
Fantasmas, párias dum governo odioso
Sobrevivem, do certo, sem sequer o pão.
São sertanejos, ribeirinhos, peregrinos
Se tem n'alma a esperança, não se vê...
Olhos, luminares negros, pequeninos
Se elevam aos céus, ao Deus de poder!
Rezam e rezam, porém nada se modifica
Dias longos, feios, doem-lhes as vísceras
Cedo a panela estava vazia, e vazia fica!
Num país rico, farto, o celeiro do mundo
Definham velhos e crianças__ Vergonha!
Sob a tirania dum senado vil e vagabundo!