Entre pezinhos e asinhas

Caiu no chão; porém já nasceu muito leve.

Atreve-se a caminhar; ‘é tanta perninha’.

Perdidinha da silva, o poeta a descreve:

-Deve ser uma lagarta! Mas que gracinha!

Aninha nunca canto; e logo sai. Que forte!

O norte faz; e sobe pelo tronco afora.

Agora é chegar num lugar que a conforte.

Morte? Ainda não. É a transformação; chegou a hora.

Penhora-se no galho. Lá em baixo, a buva.

Chuva e sol a toca; mas o vento, ali mora.

Demora a pupa; e crisálida é a luva.

A saúva passa; o sabiá é xereta,

na vareta, balança a caixa de pandora.

Estoura. E estica as asinhas, a borboleta.

#ordonismo #raqueleie-se

Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 16/12/2023
Código do texto: T7955171
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