Reflexos
Em águas escuras eu me atirei,
Onde canta Iara à brisa profana,
Essência ao torpor da mente sem lei,
Visão de tormenta do sonho emana.
Que são essas ânsias e seduções,
Turíbulos áureos, entorpecentes,
Que em diáfanas águas e turbilhões,
Busquei os desejos de amor ardente.
Nem deusas do mar, nem Iara, nem cantos
Nem mais devaneios, nem mais encantos
No fundo do lago, somente eu.
Um grito latente, lânguido, lívido,
Implode no peito mórbido, rígido.
No fundo do lago, o sonho morreu.