O GERMINAR DA POESIA
Quando, nas ventanias, os risos somem.
E mesmo as feições soam vazias
Perdem o sentido todos os dias
Faltam sentidos nos passos de homem
Sou o fingimento da estrela fria,
Brilho em sol, mas estas trevas consomem
Tantos funebrilhos, olhos que dormem
Sob os cílios longos da poesia
Amor mesclado com prazer libertino
Na força bruta que nos escalavra,
Sem hora, servindo à minha escrava
Que ora trago, sem regra ou tino.
Escrita gritada numa palavra,
Senhora a quem se ora em desatino.
De joelhos os gemidos em hino
Na escuridão germinam em lavra.