Viuvez
O candeeiro ardia com a luz acesa,
Alumiando a casa, agora, já vazia.
Sentada, só, no canto de uma mesa,
Buscava as memórias que ela trazia.
A velha senhora, ali, estava presa,
Naquele ritual que ela sempre fazia
E pouco reagia, quase sem defesa,
Procurava agir, mas nada lhe aprazia.
Agora vai para o quarto, cama pronta,
Senta-se então, para rezar primeiro.
Ao deitar-se, é quando ela se dá conta,
Que agora resta só um travesseiro,
Bem colocado e bem na outra ponta,
Que ficou impregnado do seu cheiro.
Gravatá, 01/12/2023