Ruas Cinzentas
Pelos labirintos das ruas cinzentas,
O poeta vaga, solitário e frio,
Explorando a melancolia que espreita
Entre o gelo e o vento, seu desafio.
Em Montreal, onde o cinza é o estandarte,
Ele encontra ecos de suas dores,
No murmúrio das esquinas que descarte
A solidão em versos sem amores.
Os encontros fugazes, quase ausentes,
São retratos vivos de uma saudade,
Que o poeta carrega tão carente.
Entre os desencontros, na cidade,
Escreve suas dores, quase indolentes,
Nos versos que flutuam na aridez da idade.