O cafajeste

Bonito não era, nem atraente.

Tinha charme, sangue quente.

Interessava-se por toda gente;

insinuava-se tal qual serpente.

Era um Don Juan da periferia,

apreciador da boa selvageria.

Jactava-se de levar à histeria

do homem refinado à galeria.

O amor do dia era a vantagem

que produziria boa chantagem

a reboque de certa agiotagem.

Ser cafajeste era sua escolha;

ia do distinto homem à caolha.

Não retornava à mesma rolha.

René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 29/11/2023
Código do texto: T7942942
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