Sou negro, sim
Eu sou negro de pele
Como a obsidiana
E tudo que repele
A minha cor profana
Os Deuses africânicos
Que me forjaram audaz
Sob o fulgor vulcânico
Dos meus ancestrais.
Ser preto não me magoa,
Mas me ofende quem apregoa,
Mercê da hipocrisia,
À minha cor e raça,
Não bastasse a desgraça
Inata, essa acromia.