LEMBRA
LEMBRA
Lembro-me o dia que no peito o amor explodiu.
Lembro quando sentiu meu sabor, sorriu, embriagado ficou.
Leva-o agora, na boca, na cama, na mesa, sentindo no salivar.
Porque serei sua memória afetiva, estarei em seus neurônios.
Faço parte de você, de sua intimidade, de sua pele sem pele.
Minha tua, nua, carne, crua, de sua boca calada, do olfato a cheirar.
Do meu deitar em seu corpo, da languidez, do depois, do ficar sem pensar.
Minha longa existência, seu pouco viver de poder me querer.
Superficialidade de sua vontade ser salvo, de algo impregnando.
Conheces cada centímetro de minha intimidade, resguardada.
Do meu obscuro prazer, penetras-te nas entranhas cavernosas.
Tua coluna vertebral sem melindres, curvou-se nas cicatrizes l
Onde sorveu do prazer dando vida ao que estava adormecido
Você quer ter mais uma, eu quero - o último a transformar-me