HOJE
HOJE
Hoje acordei e me amei sozinha
Lembrando daquele quarto que me acolhia
Não sei se choro ou rio pois o gozo é tanto
Mas a saudade é tamanha, me vi em seus lençóis
No seu jeito de me jogar na cama
Onde me torcias feito argila, em suas mãos
Tentei criar raízes formar hastes coisas inventadas
Hoje o castigo é constante, renasce a cada instante
Hoje vejo que onde cinza, via rosa nessa estranha delicadeza
Nessa desordenada bagunça de uma casa perdi a causa
Cansaram-me as esperanças não cansariam se jovem fosse
E nesse breu de vida solitária os medos resguardo na alma
E rio, um riso claro e cristalino, rememoro as madrugadas
A perambulação pelos postos da vida, odisseia inesperada
ADELE PEREIRA
“A POESIA”