Soneto de uma cobaia

Eu hei de mendigar, amor, teu beijo…

Até que voltes, para mim, a face gaia.

Mostres-me o fervor do teu desejo

E faças, do meu corpo, a tua cobaia...

E ainda que o rubor demonstre o pejo

De ter-me , a teus pés, como em maia

Ao menos, me acalente, neste ensejo

Minha face, circunspecta, descontraia

Acendas, em meus olhos, um lampejo

Antes que acorde e o tédio me distraia

E ponha em minha boca algum bocejo.

Se tendes, de amar-me, algum traquejo

Não deixe que outro encanto me atraia.

Mostre-me a paixão que ainda cortejo.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 25/11/2023
Reeditado em 25/11/2023
Código do texto: T7940372
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