Memória e prática
Diante dos percalços da rotina,
Prossigo como um débil combatente
Ferido na batalha, inconsciente,
Vivendo, todo dia, a mesma sina...
Qual monumento antigo que declina,
Nas dunas do deserto seco e quente,
Me sinto mais memória e menos gente,
Fantasma de uma trágica ruína...
Sou Sísifo, poetas, meus irmãos,
Levando um grande fardo com as mãos
Ao topo da montanha da existência...
Sou filho dessa espécie derradeira
E enquanto o tempo rola a sua esteira,
Vou praticando o dom da paciência...