Memória e prática

Diante dos percalços da rotina,

Prossigo como um débil combatente

Ferido na batalha, inconsciente,

Vivendo, todo dia, a mesma sina...

Qual monumento antigo que declina,

Nas dunas do deserto seco e quente,

Me sinto mais memória e menos gente,

Fantasma de uma trágica ruína...

Sou Sísifo, poetas, meus irmãos,

Levando um grande fardo com as mãos

Ao topo da montanha da existência...

Sou filho dessa espécie derradeira

E enquanto o tempo rola a sua esteira,

Vou praticando o dom da paciência...

Daniel Guilherme de Freitas
Enviado por Daniel Guilherme de Freitas em 22/11/2023
Reeditado em 24/11/2023
Código do texto: T7938124
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