Viver e Morrer

Ó eterno monte, a morte não é ruína

É o encanto celestial que nos aflora!

E, aos ares, vai a podridão sonora

Acolher-se no campo entre a resina.

E é apenas o fermento e a queratina,

Que sobram ao cadáver nessa hora:

Rói o fermento, espuma, se evapora...

E a pele, já sem pelo, fica fina.

Não erraste o caminho, peregrino!

Viver e morrer sempre foi aos vivos

Questão para suspiro e desatino.

E deixa-o apodrecer por entre os "crivos",

Que a alma não volta! Vendo esse destino,

Sei que não haveria mais motivos.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 21/11/2023
Código do texto: T7936807
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