Viver e Morrer
Ó eterno monte, a morte não é ruína
É o encanto celestial que nos aflora!
E, aos ares, vai a podridão sonora
Acolher-se no campo entre a resina.
E é apenas o fermento e a queratina,
Que sobram ao cadáver nessa hora:
Rói o fermento, espuma, se evapora...
E a pele, já sem pelo, fica fina.
Não erraste o caminho, peregrino!
Viver e morrer sempre foi aos vivos
Questão para suspiro e desatino.
E deixa-o apodrecer por entre os "crivos",
Que a alma não volta! Vendo esse destino,
Sei que não haveria mais motivos.