O invejoso

Salta-lhe, gordo, o olho da órbita

ao avistar o objeto de sua cobiça.

Possuído por tenacidade mórbida

não dá sossego aquilo que o atiça.

Arma ciladas para ter o pretendido;

desfaz-se no bom-moço, o pedinte.

Atrás da pedra, caráter escondido,

esfrega-se, pegajoso, com requinte.

Ao invejoso importa apenas o alheio;

não lhe tem uso, não quer o desfrute.

Precisa apostar, sentir-se no torneio.

Quando finalmente nas mãos o tem,

o invejoso já não saboreia o quitute.

Amealhou o que não lhe vale vintém!

René Henrique Götz Licht
Enviado por René Henrique Götz Licht em 18/11/2023
Código do texto: T7934394
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