O invejoso
Salta-lhe, gordo, o olho da órbita
ao avistar o objeto de sua cobiça.
Possuído por tenacidade mórbida
não dá sossego aquilo que o atiça.
Arma ciladas para ter o pretendido;
desfaz-se no bom-moço, o pedinte.
Atrás da pedra, caráter escondido,
esfrega-se, pegajoso, com requinte.
Ao invejoso importa apenas o alheio;
não lhe tem uso, não quer o desfrute.
Precisa apostar, sentir-se no torneio.
Quando finalmente nas mãos o tem,
o invejoso já não saboreia o quitute.
Amealhou o que não lhe vale vintém!