Sorte grande
Trago no peito o rir da primavera
e um resplendor de sol no fim da tarde.
Minha esperança mostra a que viera,
instando por um bem que não retarde.
Se a lágrima outonal nos olhos arde,
se risca, o rosto, a dor demais severa,
para sorrir jamais serei covarde
e para amar jamais me exaure a espera.
Com um requinte audaz de alacridade,
o rir da primavera sempre invade
o sonho que resvala a infinitude,
e aonde quer que eu vá, por onde eu ande,
decerto viverei a sorte grande
de ter sorrido e amado o mais que pude!