João de Santo Cristo

No passado, um sonhador de alma vadia

Que almejava ser bandido, sem pudor

A tristeza veio, um tiro o pai levou

E na violência encontrou sua moradia

O terror rondava a sua vizinhança

Até o professor, com ele aprendeu

Na igreja, buscava furtar a esperança

Sentindo-se diferente, nada seu

Menininhas, ele devorava na cidade

Brincando de médico, aos doze, professor

No reformatório, cresceu em maldade

Sem compreender como a vida se formou

Discriminação, sua dor e crueldade

Classe e cor, seu destino injusto, piorou