QUEM SABE AMANHÃ
E o que faço agora, amor, desta saudade?
Este alarde que é lembrar de ti?
Da tua boca do puro gosto do açaí...
Talvez amanhã te esqueça... hoje é tarde!
Das mãos firmes, desvendando minhas sendas
Enquanto sob teu corpo meu corpo tremia
de puro desejo latejava, se contorcia
sobre os lençóis macios, brancos, de rendas...
Talvez amanhã “ nunca mais te queira”!
E ainda faça troça deste sentir tão vasto
que hoje parece me tomar inteira.
É, o amanhã ainda nem é brisa que se insinua
É crença, frágil sonho de riso e poesia
de um dia sem pesar ou lembrança tua.