UM PÁSSARO AZUL
Afigura-te para mim como névoa_ Sonhos!
Vivência dormente, infrutífera e triste.
Mesmo não o possuindo, este amor persiste.
Urdindo palavras de poemas medonhos!
Doe-me este dia frio n'alma _ é tão solitário...
Lá fora o vento traz intrigas do remoto sul.
De ti nada sei, neste tempo ordinário!
Embora eu o sinta_ és um pássaro azul.
Mulher que sou, desaguo-me em desejos.
Inquiro-me o porquê de ansiar por tais mimos
Se nunca obtive de ti nem o pacto dum beijo?
Julgo-me louca, amando-o no pensamento.
Se o amo em silêncio e quimeras dum sonho, mas
ainda é sentir sólido, alheio à razão e ao tempo!