AO POEMA ME ENTREGO
E nas noites frias, exposta sob a doce maresia
Me exponho no vento frio do azul Atlântico
Sentindo meus anseios retesarem. Poesia.
E minha pele eriçar sob um desejo romântico.
Não me incomodo com a solidão das saudades
Faço delas verbos... Luares belos e afáveis
A poesia vaga pela noite em inocentes verdades.
Sinto-me livre de amarras falsas e Intragáveis.
Volto...Deixo-me quieta sob o luar que passa
Me sirvo de uma taça de vinho da safra que há.
Acendo um cigarro e vejo o tempo voar na fumaça
Ouço um blues. Ao longe ouço os bramidos do mar.
Devagar, sem pressa de partir, vir, repousar. Fico...
Deslizo meus dedos sobre as folhas do caderno
Sinto meus pelos eriçarem sob um mantra, um rito
Deixo-me tocar pelo tempo... Permito e encerro!
E nesse frenesi chego ao gozo no último verso...
Grito a palavra. Ouço-me fora de mim. Aquiesço.
Minhas entranhas pulsam. Translado o universo!
Fiz do amor que almejo, o poema... Adormeço.