TRILHA DE SONETOS CXXII- DIÁLOGO COM TOM JOBIM

🎵🎶*WAVE*🎵🎶

(Tom Jobim)

Vou te contar,

Os olhos já não podem ver

Coisas que só o coração pode entender.

Fundamental é mesmo o amor,

É impossível ser feliz sozinho.

O resto é mar,

É tudo que eu não sei contar.

São coisas lindas

Que eu tenho pra te dar.

Vem de mansinho a brisa e me diz:

É impossível ser feliz sozinho.

Da primeira vez era a cidade,

Da segunda, o cais e a eternidade.

Agora eu já sei

Da onda que se ergueu no mar,

E das estrelas que esquecemos de contar.

O amor se deixa surpreender,

Enquanto a noite vem nos envolver.

Vou te contar,

Os olhos já não podem ver

Coisas que só o coração pode entender.

Fundamental é mesmo o amor,

É impossível ser feliz sozinho.

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*A COSTURA...*

A minha identidade, qual arquivo,

é feita de retalhos da memória…

Exemplos têm efeito coesivo,

e a soma delineia a trajetória.

Dos mestres, pais e amigos que convivo,

recorto cada feito, cada glória…

dispostos num painel tão alusivo,

que vejo, na costura, a minha história.

Percebo, no rosário de momentos,

um certo tom que aviva os sentimentos,

em magistral mosaico que hoje alinho…

Quem fez o meu passado mora em mim,

pois, como afirma o grande Tom Jobim:

“é impossível ser feliz sozinho”!

Elvira Drummond

*TRABALHOS*

"É impossível ser feliz sozinho"!

Decreta na canção Jobim - Tom -

Numa alusão fiel do exemplo bom

Na força do tecido e o frágil linho.

Recortes de emoções em desalinho

Refletem, na costura, o grande dom

Com um real resiliente tom

Do desempenho que reveste o espinho.

O feito delicado da costura

Confirma, após sensível bordadura,

A evolução simplista dos retalhos.

A vida extrai da habilidade pura

A sagração de singular ventura

Depois da madrugada de trabalhos!

Ricardo Camacho

*A BUSCA*

Migalhas, pelo chão, vivi catando,

Pois não senti, da mãe, o doce embalo,

Tampouco tive um pai... Então vos falo

O quão difícil foi. De vez em quando

Os ventos das lembranças vão soprando

E trazem muita dor, a qual exalo,

Nos versos deste que nasceu vassalo

E em meio a tempestade vai lutando.

Não sou desvirtuado pela dor,

Canalizei as mágoas... Só o amor

Nas trevas põe a luz e tira o espinho.

Assim, o sofrimento teve fim

No embalo da canção de Tom Jobim;

Eu posso ser feliz, mas não "Sozinho".

Douglas Alfonso

*É IMPOSSÍVEL SER FELIZ SOZINHO*

O amor chegou, em ondas, feito o mar

e, de mansinho, me envolveu... contente

meu coração floriu e, de repente,

senti o peito, em chamas, me abrasar.

De posse da emoção, ergui o altar

para louvar o amor, sabiamente,

e em sua luz andar, seguir em frente

e, sob a sua guarda, me abrigar.

No início, uma andarilha, na cidade

- agora o cais, a luz da eternidade -

dois corações, singrando um só caminho...

Espelha uma canção de Tom Jobim,

que em seu refrão, ciente, diz assim:

"É impossível ser feliz sozinho".

Aila Brito

*ONDA DE AMOR*

Quanto ao amor, ninguém há de dizer

Que nele achou qualquer explicação,

Limite, freio, regra ou restrição

Capaz de lhe soltar ou lhe deter.

Os nossos olhos não conseguem ver

Coisas de amor que só o coração,

Por ser destituído de razão,

Consegue, em sua essência, conhecer.

No amor, não há juízo de valor,

O amor nos surpreende e nos envolve

Sem ver idade, credo, classe ou cor.

O amor nos rouba tudo e nos devolve,

De um jeito que ninguém há de supor,

Onda que nasce, cresce e se dissolve!

Luciano Dídimo

*OLHOS DE ENXERGAR*

Depois da madrugada de trabalhos,

A treva, pouco a pouco, vai embora,

Chamando, no horizonte, a bela aurora

Que traz a luz, o dia... e mais retalhos

Unindo as nuvens de amplos agasalhos

Na altura santa que o sossego mora,

De onde, também, relâmpagos de outrora

Balançam nervos e os sensíveis galhos.

Em tais nuances do destino, o ser

Desperta mais feliz no amanhecer,

Volvido pela mística do amor

Que sobrevive e ao mundo inteiro aquece,

Principalmente pela ação da prece,

Dando ao porvir perseverança e cor.

Ricardo Camacho

*CONSIDERAÇÕES*

Ainda que nas sombras do caminho,

Há sempre amparo às margens duma estrada,

Pois, em verdade, conceber o nada,

Traduz um pensamento tão mesquinho...

Ainda que seguindo em desalinho,

O impulso de uma crença iluminada

Acende a chama, enquanto em caminhada,

Da fé que espalha o amor sutil, mansinho...

Ainda que em dilúvios de tristeza,

Há sempre o lenitivo da leveza

Que está na força interior, vibrante..

Ainda que a esperança esteja presa,

Liberta apenas asas da incerteza,

Que evoque-se o lirismo emocionante!

Ricardo Camacho

*BASTA!*

No vai-e-vem da vida a dura sina

Ri para alguns, assaz benevolente,

Enquanto aponta o seu brutal tridente

Contra civis de origem palestina.

Não há por que louvar a luz divina,

Pois tal aceno nunca foi ingente

Para impedir que o crime recorrente

Cessado fosse pela vil doutrina.

A morte de civis caracteriza

Crime de guerra o qual escandaliza

Àqueles engajados pela paz...

Há erros, é verdade, dos dois lados,

Mas genocídios devem ser vedados

E um basta, no momento, satisfaz.

José Rodrigues Filho

*BRISA DE AMOR*

Vem, de mansinho, a brisa e sopra em mim

a olência matinal que me extasia,

fragrância que me envolve na magia

do amor, que se desprende do jardim

do coração... e pinta em carmesim

toda a ilusão que outrora reprimia!

Agora refloresce um novo dia

e os risos, flamejantes, dizem sim

ao sentimento bom, gentil, prudente,

que faz do nosso amor termal nascente

e deixa nossas almas aquecidas.

"É impossível ser feliz sozinho",

Somente o amor protege e dá carinho,

fazendo a diferença em nossas vidas.

Aila Brito

FÓRUM DO SONETO
Enviado por FÓRUM DO SONETO em 13/11/2023
Reeditado em 13/11/2023
Código do texto: T7930736
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