Soneto 95
Nesse dia quero lembrar de rir...
A alegria que eu jamais tive pra cantar,
Canta ó poeta que a vida é bela, menina:
Razão das razões é o amor que me toma.
Nesse segredo vou voar ao Céu,
Morar no mais melancólico castelo;
Beber a taça da vinha dos murmurados:
E cantar as alegrias dos desesperados, falidos.
Falidos, ao amor da sina de solidão afã...
No espetáculo mais curioso do teatro cego:
Sei, que poderei rir tanto assim, muito mais de mim.
A alegria? Ela vai passar no mesmo alvorecer.
Então, por pouco saber, morrerei no esquecimento,
Em busca de talento no além serei outro palhaço:
por escrever a própria e descabida estória...
Tantos outros poemas da felicidade, ressuscitarão.