Amor Submisso
No tempo que não corre, amor se esconde,
Esperando em silêncio, paciente e forte,
Num canto esquecido, no fundo se expande,
Onde o tempo se perde, sem ter aporte.
E quem sabe um dia, o Rio submerso será,
Uma cidade afogada, perdida no mar,
Escafandristas curiosos virão explorar,
Os segredos que sua casa guarda a desvendar.
Sábios em vão tentarão decifrar,
As palavras ecoantes do passado,
Fragmentos de cartas, poemas a flutuar,
Mentiras e retratos que o tempo tem guardado.
Assim, um soneto surge, como vestígio,
De uma civilização antiga, um enigma prodígio.