SONETO MORTO DE AMOR

 

O dia claro, sol brilhante, o mar, a vida...
Essa “ coisa” que cá dentro ardia
E que de alguma forma dava guarida
Ao que chamam volúpia em poesia.

Eu amava e reamava, e amava tanto...
Que doía o peito numa dor gostosa.
Mas só era eu que amava, no entanto.
A razão do fim, do morrer da prosa!

Oh, dias que nunca pedi tão floridos.
Que me faziam rir e brilhar meus olhos
Hoje doem... Saudades e tempos idos.

Não mais existe o poema sedutor...
O que corava a face de quem o lia.
Ainda há o verso, mas frio e sem amor!