UM DESPARATE DE AMOR

Ah, como eu queria não mais amar-te
Abrir mão da ânsia de fitar lhe o olhar
Não mais afogar-me em ti como no mar
Com tamanha loucura e disparate!

Não desejar tão imenso teus carinhos
Nem suspirar pela doçura dos teus beijos
Desmanchando- me ante teus gracejos
Com que me conquistas devagarinho.

Mas como desejar eu posso tal liberdade?
Se já não sei voar longe dos teus céus. ..
Sou fera domada sob tuas vontades.

E se ser cativa for esta doce dor sofrida
Que eu agonize até a hora da minha morte
Pois sem ti nada sou, amor da minha vida!