“INJUSTIÇA”
O que mais dói não é a crueza da fome,
Nem a sede que nos impõe a secura,
Nem a companhia da solidão na sepultura,
Nem a virulência do verme que a carne come.
Nem a maledicência que mancha o nome,
Nem a incerteza de uma vida futura,
Nem tampouco será a desventura
Da mulher amada que calada some.
Nunca será o real sonho desfeito...
E nunca será que por despeito
Seja jogado aos leões, numa cova...
E nem mesmo a fraqueza do punho.
Mas será sempre o falso testemunho
E a condenação que vem sem prova.