O sabichão
Que portal de conhecimento inútil!
Que pose desprezível, de ser fútil!
Muita embalagem para o recheio;
não sacia nem a fome no recreio.
Não há assunto que lhe é estranho:
viu, ouviu, ou leu algum comentário.
Revela verdades, em nada tacanho,
com a destreza de um estelionatário.
O conteúdo é profundo como um pires;
Nada sustenta-se; faltam-lhe os pilares,
mas abunda em cérebro de unicelulares.
Sabichão. É seu apelido nas quebradas,
ao entreter a caminhada pelas estradas
vai comendo a paciência pelas beiradas.