Um solilóquio
(A A. M.)
A amo tanto…! Mas como não quero amá-la…!
Em meus braços a tomaria, docemente,
Para em questão de segundos tão somente
Qual um diabo de meu peito rechaçá-la.
Daria o céu, terras, o mar para beijá-la
E sussurrar-lhe lindas coisas, ternamente;
Mais daria para poder, igualmente,
Às mordidas e unhadas dilacerá-la.
Oh, tu que a mim abriste aquele mundo belo
Apenas para, em seguida, me enxotar!
Mais feliz era eu cá antes de conhecê-lo,
Tão mais feliz era antes de te amar!
Ainda pior é que, por mais que queira fazê-lo,
Eu finjo – eu minto – eu não a posso odiar…!